terça-feira, 7 de março de 2017

E se flor se chamasse âncora?
E se a promessa morasse na certeza?
E se sonhar fosse apenas descarte?

E se começar de novo fosse servido a cada café da manhã?
E pudéssemos apagar todas as cicatrizes?
E se nossos pés tivessem vida própria?

E se o céu não fosse tão infinito?
E o desejo coubesse no bolso?
E se a vida fosse só amanhã?

E se a dor nos fosse estranha?
E o balanço do barco nos lançasse sempre ao mar?
E se escolher nunca fosse uma maldição?

E se os relógios todos parassem agora?
E o tempo tivesse dois sentidos?
E se os poemas destruíssem mais que as bombas?

E se estivéssemos flutuando no vazio?
E mãos dadas fosse nosso único amparo?
E se a morte significasse urgência?

E se amor rimasse com vento?
E partir fosse sempre encontrar?
E se as janelas nunca se fechassem?

“E se” é a linguagem dos poetas
Um lugar pra gente respirar
Enquanto a vida nos arremessa a“o que é”

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário.