Então você tinha sua casa toda arrumada,
Organizada
E eis que chega um estranho e bagunça tudo
Escancara seus armários
Revira suas gavetas
Arranha sua mobília
Diante do caos
Vem o desespero
Mas passada as primeiras horas
Você se dá conta de que só há uma coisa a se fazer:
Começar de novo
E tomar cuidado
Para que as coisas não fiquem tão bem arranjadas quanto antes
Sim
O estranho pode chegar para qualquer um
Desesperem-se
Mas também comemorem
E, sobretudo, não se enganem
O estranho não vem de fora
E também não brota de dentro
O estranho fica entre, à espreita
Basta um pequeno rasgo e ele emerge com força
Chegou o estranho
E se ele emergiu por uma pequena fresta
Não há como botá-lo pra dentro de novo
Esqueça!
Permita que ele escape
E faça dele matéria prima
O estranho é isso
É matéria prima
Para os que não se cansam de se reinventar
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